Atualizado 12/05/2020
Durante anos e anos eu sofri com as calcinhas de tecidos sintéticos, em todos os sentidos: corrimentos, coceiras, assadura na virilha, o horror. Mas não via alternativas, mesmo as de algodão que eu comprava nas Lojas Americanas, por causa do preço, não eram confortáveis. Quando não elas, todas tinham alguma renda, detalhe, costura grossa, apertavam, péssimas.
Fora que a impressão que se tem é que ou você usava aquele modelo sexy, cavado e enfiado OU era a calçola bege de vó – não existia um meio termo. Nem o de simplesmente não querer usar nada. Quem nunca foi aterrorizada pela história de estar sempre preparada para uma emergência, com uma calcinha sem furos e bonitinha se por acaso fosse socorrida em um acidente, para não passar vergonha (?!?! última coisa que eu pensaria nesse momento, mas né).
Lembrei também que uma vez fui chamada para um evento de uma dessas marcas grandes de lingerie, juro que não lembro qual agora. E a apresentação foi um show de serviço ao patriarcado, exibindo uma animação em que o interesse maior da mulher que usava a lingerie deles seria a atenção masculina. Na mesma hora levantei e questionei a marca, além de perguntar sobre logística reversa e sustentabilidade. Fui elogiada pelos presentes, enquanto os representantes se esquivavam das perguntas em respostas esdrúxulas. Que raiva, viu.
Foi adulta que tomei coragem de gastar mais com elas, de entender que era sobre minha saúde e não por pressão estética. E fui criticada pra cacete, li vários comentários que era um absurdo indicar calcinhas tão caras.
As primeiras que comprei foram da Verve. Duraram anos e anos, muito conforto, são caras mas comprei na liquidação. Depois, com o movimento da sustentabilidade, surgiram marcas autorais que desenvolviam as suas peças artesanalmente, na busca de contemplar tamanhos maiores, sem frufrus e modelos que preconizassem o que era ser sexy – afinal, dá pra ser sexy sim com um modelo simples, é possível ressignificar essas mensagens incutidas de uma cultura do pornô.
Bom, fato é que depois que comecei a usar essas calcinhas, de algodão de qualidade e sustentável, sem tingimentos e químicas, minha vida mudou. E agora com o isolamento, o calor, tenho ficado livre e confortável com elas em casa.
Vem na indicação das marcas que pesquisei e uso!
Criam coleções atemporais, sem seguir tendências ou padrões da moda, colocando como base o feedback dos corpos das nossas clientes. Toda produção é artesanal e nacional, feita apenas por mulheres! Por isso tem uma pequena escala, sempre respeitando cada etapa do processo.
Marca feita à mão, original de São Luis/MA, traz modelos confortabilíssimos de calcinhas, bodies, shortinhos e tops. Só de olhar, dá paz. São peças lindas, simples, feitas com algodão orgânico paraibano que tem opções de tons naturais, já nasce assim: “é plantado por pequenos produtores através do sistema de agricultura familiar, estes agricultures recebem o melhor preço por quilo do algodão no Brasil.”.
Comprei calcinhas, body e short e já quero comprar mais, são deliciosas de usar – todas vieram em embalagens de papel e vestem até tamanho 48. As calcinhas custam em média 39 reais, duas custam 68 reais.
“A DEMODÊ é uma marca com produção local, por isso trabalhamos para que todo material e mão de obra sejam do Nordeste, isto garante menor gasto de energia em nossa produção, além de fomentar o desenvolvimento sustentável.”
Tenho duas calcinhas da Tita e sou apaixonada pela maciez e conforto delas, fora a durabilidade. Além dos diversos modelos, você pode escolher também se prefere o algodão Pima ou o algodão paraibano – ambos os melhores fios que existem, com certificação e de produtores familiares. Também têm tops e camisolas, em vários modelos, com prioridade no conforto. As calcinhas custam, em média, 40 reais, e vestem até o GG.
Colei aqui embaixo algumas falas importantes deles sobre sustentabilidade e cadeia de comércio justa:
“Na Tita Co. escolhemos trabalhar com um produto natural. O algodão orgânico é a nossa principal matéria-prima por se tratar de fibra pura e livre de químicas — cuja plantação é feita sem uso de fitossanitários.
No caso do algodão colorido orgânico da Paraíba, o cultivo é feito por meio de compra garantida — contrato assinado por empresários de indústria têxtil e de confecção e vestuário. Além deste compromisso, o preço de compra do algodão é o maior do país — para garantir que o cultivo continue sendo economicamente viável para o agricultor.
Seguindo a cadeia de produção, a fiação, a tecelagem, a modelagem, o corte, a costura, etiquetagem e embalagem (reciclada) também são partes do processo. Estamos atentos para garantir respeito às condições de trabalho. Somos todos pequenos produtores e micro empresários agindo com cuidado e atenção para que o nosso produto feche o seu ciclo sustentável do início ao fim. Somos comprometidos com o Fair Trade — comércio justo — e com os profissionais envolvidos.”
A Gioconda começou como marca de calcinhas de tecido plano – o que é raro, quase sempre vemos a malha dominando –, de algodão e com estampas e modelos que ressignificam o que é conforto e beleza. Em uma linguagem mais descolada, de conexão com a natureza, agora vi que a empresa também tem cursos de conexão coletiva entre mulheres e natureza, trazendo mais significado a missão da marca.
O kit com duas calcinhas custa 80 reais e vêm em saquinhos de pano, o elástico é encapado com o tecido da peça, o que evita seu contato com a pele. Tem tamanhos P, M, G, GG, EG, XG e PLUS.
São peças mais caras, eu tenho dois modelos e gosto da proposta, mas achei a modelagem pequena (não sei se melhoraram isso, tem uns dois anos) – comprei M e ficaram meio justas, e não é simples vestir, porque o tecido, por ser plano, não estica, mas são mais fáceis de tirar manchas. Também são produzidas artesanalmente e feitas de algodão orgânico natural, costura e modelos simples.
“Você sabe que aquelas calcinhas convencionais, na grande maioria feitas a base de tecidos sintéticos, não foram feitas pensando no conforto, na saúde e bem estar da mulher, mas sim, preocupadas em satisfazer as expectativas do homem em relação ao corpo da mulher.
Por isso, acredito que quando você escolhe atender às próprias necessidades e absorver bons elementos na sua pele, você transforma a relação com seu corpo e por fim, com você mesma.
Eu fico extremamente satisfeita de servir a mulher dessa forma, oferecendo um produto que eu uso e conheço os benefícios, com a melhor matéria prima que a natureza pode nos proporcionar.
É o que eu desejo pra todas as mulheres do mundo!”
Não conhecia, achei numa busca do Google, por isso não posso emitir opinião, mas fica aqui a dica e também o pedido de comentários caso você já tenha tido experiência de compra com a marca.
Mas pelo que eu li, também são confeccionadas com algodão orgânico, e usam tingimento vegetal. Vao até o tamanho extra grande.
“Confeccionada com malha antialérgica de puro algodão orgânico, tingida com corantes naturais, elaborados a base de extratos vegetais. O uso de roupa íntima confeccionada com 100% algodão orgânico naturalmente colorido ou com tingimento vegetal, pode diminuir radicalmente o índice de alergias e desconforto.
Os elásticos e acessórios usados nessa peça são de alta qualidade, fornecidos por empresas que como a Bambusa, se preocupam com a sua saúde e conforto, além da preservação do meio ambiente.
A Bambusa Brasil pensa em toda a cadeia produtiva limpa, inclusive nas embalagens ecológicas , feitas de papel com Selo de Certificação FSC de Florestas de Reflorestamento e estampas feitas de resina ecológica, a base de água.”
Mas, por incrível que pareça…não consegui descobrir o valor e nem como compra! hahahaha, sério.
Essa foi indicação aqui dos comentários e já gostei! Pelo que vi também priorizam o conforto, com diversos modelos, de tangas a hot pants e bodies, peças feitas de algodão orgânico – a calcinha custa 57 reais, em média –, e tamanhos do P ao GG.
Preconizam o comércio local justo, o feito a mão, cadeia de produção com baixo impacto ambiental e uma produção desacelerada.
Mais indicação! Gostei MUITO do que vi, com tamanhos do 1 ao 6 (parece ser a grade mais ampla que postei até agora!), com preço médio de 53 reais, e modelos com corte bonito e simples, as calcinhas chamam atenção por essa beleza que parece vestir com um abraço.
Têm várias linhas também, de sutiã a roupa de dormir, e calcinhas com algodão orgânico. Segundo o site, trabalham com “mão de obra local, tecido e aviamentos de origem brasileira e modelagem cuidadosamente desenvolvida”.
Quem souber de mais marcas pode indicar aqui. Espero ajudar com esse conteúdo. 🙂
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