Quem tem medo de amplo + amplo?
Quando sacamos do armário uma blusa ou uma calça mais volumosas, nosso ímpeto inicial – e único, muitas vezes – é de pensar em algo mais sequinho/justinho para acompanhar. Deusolivre silhueta ampla demais, vou parecer gorda.
Não querendo desfazer das nóias de cada uma, mas reforçar isso é também reforçar o estereótipo de que gorda é feio. Não adequar-se ao padrão que tanto impõem e jogam na nossa cara o tempo todo. Então, gente, parecer gorda não deveria nunca ser algo associado ao ruim.
Continuando, também têm o padrão de mulher ter que ser “feminina”: cinturinha, formas mais justas no corpo, silhueta demarcada. Mulher não precisa e nem tem que seguir um molde que estabeleceram pra gente, que inclui aí maquiagem, salto alto, acessórios mil. Ninguém tem a obrigação de usar nada que não se sinta confortável, em nome de uma adequação que estabeleceram como guia único para nós.
Já recebi muitos comentários aqui quando usava uma combinação de amplo + amplo “Nossa, mas você tem o corpo ótimo (!!), porque não usa nada mais justinho?“. Porque eu amo a forma e a arquitetura de uma roupa muito além de querer ressaltar alguma qualidade em meu corpo. Porque eu gosto do que foge o convencional. Porque não preciso seguir algo estabelecido para me julgar bonita, atraente e profissional.
Anos e anos de questões não me fizeram ganhar nada, muito menos tive meu IPTU pago por terceiros.
Após essas considerações, preciso dizer que amei loucamente esse look, todo com peças grifadas, caras, mas garimpadas em brechós por preços possíveis. Me senti o suprassumo da elegância, adorei usar esse tricô com outra peça colorida neutra (antes não tinha boas ideias e usava mais com, pasmem, peças pretas) e ainda rolou um truquezinho de prender só uma pontinha dele na lateral pra equilibrar as proporções. 🙂
Tricô Marise Ribeiro no enjoei – 75,00
Calça Chris Barros no Brechó Madame La Marquise (SP) – 180,00
Sapato Espaço Fashion (RIP)
Bolsa Renner antiga
Brincos Montageart
Fotos: Denise Ricardo, com produção de Philippe Rudnik
Quem aí quer testar novas formas nos looks? Bora arriscar e se perceber mais criativas, gente! 🙂 Sem medo de ser feliz!
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