Colocam uns medos na gente, que, ó, tô ainda pra entender o ganho alheio com isso. Muito dos mitos de moda vêm de épocas mais antigas, em que tinha-se muito bem delimitado um código de vestir, de preferência seguindo a adequação coerente à faixa etária, ao círculo social, a um status quo.
Nessa, o medo de “errar” uma coordenação de cores é que mais afasta as pessoas de serem criativas e de explorarem o potencial dos seus armários. Entendo a ausência de referências visuais, mas, medo, não. Roupa é só roupa, e experimentar novas ideias deveria ser motivo de excitação, de vontade de dar um passinho e movimentar as nossas estruturas.
As referências podem ser muitas, mas uma eu asseguro que é muito eficiente, à prova de erros: as cores da natureza. Repara só, não tem pinterest, nem instagram, não tem pra ninguém. É tudo uma miscelânea coerente de cores, um visual de encher a íris com tanta beleza. <3
Lembram desse post do blog em que exemplifiquei como podemos usar o círculo cromático a nossa favor? A partir dele tiramos coordenações de cores harmônicas, como as complementares azul + laranja, que joguei nesse look:
Agora, imagina só se eu pegasse essa calça e achasse “muita cor”, “muita informação”, e colocasse, pra não chamar atenção (gente, até barata chama atenção, porque nós, que viemos a esse mundo pra sermos incríveis, não podemos nos destacar?) uma blusa branca e um sapato treze bege?
Pareceria discreto, mas chama mais atenção assim. Saca que a calça seria o foco central do olhar do outro, duro, parado nela, que ficaria flutuando na vista alheia.
Mais coerente é misturar cores! Uma, duas, três, repeti-las num acessório (como fiz nesse colar). Coordenar outras cores fecha o conjunto, sela a harmonia visual, faz o olhar do interlocutor passear de cima a baixo, com suavidade, no look. 🙂
Blusa espaço fashion
Calça GIG para C&A
Slip on Ávida
Colar Karamello
Brincos Luiza Dias 111
Óculos GUS Eyewear
fotos: Bruna Pontual
Imagina estar em Olinda, Pernambuco, o local dessas fotos, toda neutrinha? Não tinha como não estar nas cores dessa cidade, com peças mais soltas por conta do calor, hehe. Usei esse look para dar o workshop em Recife!
Agora, voltando ao cerne do post: se você quiser entender mais desse lance de misturar cores sem medo de ser feliz, escuta aí o meu primeiro episódio do podcast Moda Pé no Chão, em que falo tudo, tudinho, sobre esse universo sem mistério das cores. 🙂
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