Já tem um tempinho que eu tenho usado com mais afinco diferenças de proporções no look – algumas eu mostro aqui, outras eu deixo pra lá porque ficava meio assim com as reações.
O tempo foi passando, eu passei a não ligar mais pra isso, e comecei a me jogar nas ideias, sem essa necessidade de ter que agradar ou de receber o like das redes sociais. E as proporções diferentes foram ganhando, novamente, espaço na minha vida. 🙂
Esse conceito ajuda a deixar até os visuais mais basiquinhos, criativos, com formas, volumes e texturas separadas. Explico: quando coordenamos algo muito comprido com algo que não é tão curto, quando usamos algo mais comprido com uma peça bem curta por baixo, ou algo bem amplo com uma peça mais sequinha.
Por exemplo: testei esse maxi colete, bebem comprido, quase no pé, com a calça “pesca siri”, que é mais curta, esse meio do caminho entre calça comprida e pantacourt, hahaha! Para não destoar muito, optei por tons próximos no look, mais claros ou azulados. Como o colete e a calça possuem uma diferença boa de comprimento entre elas, a proposta de brincar com a altura delas fez sentido.
Quando vi as fotos. fiquei apreensiva, pensando se não estava parecendo um jaleco, haha! Ou se não passaria uma mensagem mondronga, largada.
Mas agora, passado algum tempo, eu curti, sabe? Sair da zona de conforto serve pra praticarmos a desimportância sobre essa necessidade imposta de parecermos SEMPRE magras, altas, esguias, alongadas, com curvas, cintura marcada, femininas, e mais um monte de paranóias que desenvolvemos por pressão sociais, e que nos impedem de nos divertirmos mais no vestir diário.
O esperado, por exemplo, seria eu colocar um salto alto para alongar ou trocar esse colete comprido por uma jaqueta ou outro que parasse mais ou menos na altura do cós da calça, né?
Outra coisa que tenho tentado quebrar de paradigma, é usar blusa ou camisa beeem compridas com uma saia ou short mais curtos, ou ainda, saia midi! Confesso que ainda dá uma agonia, uma vontade de prender de leve parte da blusa na cintura, mas, às vezes, testo assim e gosto, e funciona, e me sinto super editora das muódas, ahaha, aquela que não precisa delimitar uma silhueta para transmitir uma mensagem poderosa de estilo.
Blusa Jardin
Coletão Comas
Calça Cantão arrematada em bazar
Tênis Sanden Calçados
Bolsa Adô Atelier
Foto: Denise Ricardo
Outro exemplo de proporção não equivalente que usei e aprovei, foi a desse look, com blusa bem comprida e saia também mais compridinha, mais pro midi. Ficou uma cintura super deslocada, sem essa de medo de “achatar” ou aumentar o torso em relação à altura de pernas.
A blusa não precisou estar na altura da minha cintura, a saia não precisou ser mais curta: adorei a continuidade que essa desigualdade de barras, trouxe, e usei esse look à exaustão, de tanto que amei!
E vocês, arriscam essa variação de alturas de barra de parte de cima com barra da parte de baixo? Como se sentem?
Acho um super exercício de desconstrução abrirmos mão do que é esperado e aguardado numa silhueta feminina, até porque não precisamos mesmo sermos uma coisa só, sempre. Esse medo inerente de “engordar”, “parecer mais baixa” ou “menos mulher” é que nos aprisiona nessa sociedade que pretende nos encaixotar e reduzir o tempo todo à base do medo.
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