Eu tenho vários livros de moda e estilo aqui em casa. Em muitos eu li que saia reta preta era uma peça tem que ter para toda mulher. Durante um bom tempo eu reproduzi tal qual estava na cartilha, e achava o máximo como essas publicações traziam um manual perfeito para adequarmos nosso estilo.
Quando comecei meu primeiro curso pra me tornar consultora de estilo, eu comprei a tal saia lápis preta. Acreditava que precisaria dela para atender no meio corporativo. Eu tinha saias divertidas no armário, com camadas, bordados e assimetrias, mas achava que precisaria de uma peça mais sóbria para me adequar às necessidades do mercado.
Resultado: usei a tal saia pouquíssimas vezes. Além de não curtir as demandas exigidas pelas empresas para a minha atuação, eu não tinha que limitar meu estilo com receio de não passar credibilidade. Se eu gosto de estampas, muitas cores e de despojamento, porque não usar isso a meu favor? Pra que uniformizar o meu vestir e descaracterizar tudo aquilo que eu prezo para outras mulheres, as suas diversidades e suas formas de se expressarem pro mundo?
Desconsiderei a literatura que macaqueia regras de massificação feminina e criei as minhas próprias. Sendo eu mesma sempre, autêntica, meu discurso se fortalece. Meu trabalho também. E o de outras mulheres. Que corrente poderosa, não é?
Essas são as minhas saias de trabalho! Nenhum look deixou de passar uma imagem de profissional alinhada ao meu discurso. Eu não preciso da saia preta reta. 🙂
Blusa Maria Filó
Saia Enjoy
Scarpin Arezzo
(tudo na liqui!)
Bolsa Catarina Mina
Blusa Jardin
Saia Wymann
Sapato Espaço Fashion
Colar Carol Burgo para Flow Acessórios
Blusa Maria Filó
Saia Karamello
Scarpin Arezzo
Fotos: Denise Ricardo
Durante muito tempo, mas muito mesmo, acreditamos que existia um certo e errado, que para sermos respeitáveis e para não ficarmos perdidas demais, esses livros nos ajudavam. Afinal, muitas opções, ou então a cartilha do emprego novo trazia muitas dessas regras. Um conselho: não é a roupa que faz o profissional. Claro que existe a mensagem que passamos, e é legal estarmos alinhadas a ela, mas ninguém tem que usar salto alto se não gosta, nem fazer as unhas toda a semana ou só usar preto, branco e cinza nas roupas para endossar seu currículo. Somos indivíduos e acreditar nas potencialidades de cada uma extrapola uma imagem ditada por regras antigas que docilizavam mulheres. Converse com suas colegas, amigas e até proponha mudanças no departamento que você trabalha. Acho possível, de verdade.
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