Recebi o email abaixo essa semana e achei super bacana para iniciar uma discussão e reflexão aqui no blog:
” Oi Ana,
Moro no Rio e acompanho seu blog, daí pensei que você seria a pessoa mais indicada para uma reflexão sobre o assunto…
Este final de semana estive, literalmente, do Saara ao Shopping Leblon batendo perna, procurando presentes e olhando umas roupinhas para os eventos de final de ano e trabalho e terminei mais confusa do que nunca…
Primeiro comecei a achar as roupas dos shoppings muito caras. Os vestidos, por exemplo, começam com preços de R$200 a R$300 e chegam facilmente a R$700, sem terem nada de muito especial ou diferente.
Não sei se é impressão minha, mas os R$100 foram banalizados. É quase impossível achar alguma peça bem feita e com um tecido decente a preços menores do que isso, incluindo lojas de departamentos ou até mesmo no Saara.
Numa destas, provei na Zara um vestido lindo e fofo de quase R$ 200. Ele vestiu bem, mas ao olhar a etiqueta percebi que era 100% poliéster, uma verdadeira estufa para quem tem que enfrentar o calor do Rio. Com a escala e o poder de barganha com fornecedores que essa rede tem (e outras também possuem), os preços poderiam ser melhores…
Fui também na Babilônia Feira Hype na esperança de ver um monte de coisa bonita a preços mais acessíveis. Foram pouquíssimas as peças que achei abaixo de R$100 – e ou eram camisetas de malha ou peças que não gostei. E para ser sincera, com todo o respeito às marcas iniciantes, fiquei meio decepcionada com os valores próximos aos de lojas já conhecidas e renomadas no Rio e no Brasil como Maria Filó, Farm e Dress To, por exemplo.
Sei da dificuldade de se manter uma pequena empresa no Brasil, dos impostos, da concorrência chinesa e tudo o que lemos diariamente nos jornais e vemos na TV. Mas se pararmos para pensar, estas grandes lojas têm encargos que as menores não possuem: aluguel em shopping, marketing e ecommerce, que demandam uma grana bem alta. E daí, por um momento, me vi achando que uma saia banal a R$260 não era um preço tão horrível assim. Mas isso não está certo.
Sei também que você vai falar sobre os achadinhos, liquidações, bazares e etc. Mas mesmo assim os preços ainda estão muito altos. Sem contar que na liquidação as lojas ainda ganham dinheiro, não ganham? E também quero poder não esperar para ter uma roupinha nova, poxa!
Não sei estou sendo exigente ou ingênua demais, perdi totalmente a noção.”
Eu achei o email da Juliana Porto tão pertinente, que pedi autorização a ela para publicá-lo na íntegra. Eu tenho a mesma sensação que a Ju: o dinheiro que eu me mato pra conquistar todo mês, não rende. Definitivamente, não rende!
Na semana passada tivemos uma missão no curso de Consultoria, que era garimpar um look de acordo com o estilo e tipo físico da nossa cliente por 60 reais (sem sapato e bolsa). Muita gente no curso aumentou o limite do valor, mas eu fiz questão de manter o desafio. Consegui um vestido remarcado da Andrea Marques para C&A por 49,90 (que eu já vi nos Achadinhos das meninas de outras cidades por 29,90… #chatiada) e um cardigan com amarração por 19,90. Passei um pouco do valor, mas valorizei a proposta. Se eu tivesse tido tempo de ir ao Saara, quem sabe eu acharia coisas mais baratas?
Mas infelizmente esse tipo de pechincha anda escasso. Ou se tem tempo de vasculhar araras abarrotadas de remarcações, ou paga-se caro por um produto muitas vezes de pouca qualidade. E infelizmente, não vejo solução para a questão da Juliana. Tudo está realmente caro demais!
Cada vez mais tento enfiar na cabeça o objetivo ter poucas e boas roupas no armário. É um processo difícil, de desapego, de auto controle, mas os preços praticados tem me deixado cada vez mais compelida a adotar essa filosofia. Menos roupa, menos gastos, mais espaço no armário, menos opções para me deixar enlouquecida todas as manhãs.
Porque cem reais não são pouco dinheiro. Com cem reais economizados por mês, em um ano eu viajo para um lugar pitoresco. Compro coisas novas para a minha casa. Faço um curso. É parte das parcelas de um armário novo. Pode ser uma câmera fotográfica. É a ajuda a uma instituição. Sei lá, pode ser tanta coisa!
Cada uma de nós precisa fazer a sua matemática e ter a consciência do quanto vale nosso dinheiro. E investi-lo com sapiência tem sido, a cada dia, o maior dos meus desafios.
Para enriquecer a questão: relembrando o post do cálculo do custo X benefício na hora das compras.
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